Participantes do 3° Seminário Latino-Americano e Caribenho de
Agricultura Urbana e Periurbana, em Brasília, se encontraram, nesta
terça-feira, 6, para discutir o tema Estratégia de Produção Sustentável
para Autoconsumo e Comercialização.
O evento acontece até quarta-feira (7) com a presença de representantes
dos ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA), do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome (MDS), da Saúde (MS) e da Educação (MEC), além
de órgãos, empresas e conselhos que atuam no setor. Ao final do
encontro, será elaborado um documento com diretrizes para criação de
políticas públicas voltadas para a agricultura urbana e periurbana.
O secretário nacional da Agricultura Familiar (SAF/MDA), Valter
Bianchini, citou, em sua apresentação, a produção para o autoconsumo e
para a comercialização como desafios tanto no meio urbano quanto no meio
rural. Ele lembrou que, no meio rural, há cerca de cinco milhões de
estabelecimentos da agricultura familiar, o que corresponde a
aproximadamente 7,5 milhões de domicílios rurais.
"Temos dificuldade para enquadrar os agricultores do perímetro urbano
como beneficiários das políticas públicas", disse Bianchini. "Sabemos
que há um grande número de agricultores com pouco acesso à terra e com
renda agrícola declarada zero e esse é um público importante da
agricultura urbana e periurbana", afirmou. Paralelas a essas duas
questões, Bianchini citou que nos núcleos periurbanos das metrópoles,
observam-se uma agricultura diversificada e a pluriatividade dos
integrantes da família, além da população "neorural", que são as pessoas
que vivem na agricultura periurbana, mas não acessam as políticas
públicas, como as linhas de investimento.
Núcleos
"Onde há núcleos de agricultores estabelecidos, percebe-se uma forma
mais organizada de ocupação dos espaços e como a agricultura é
diversificada, esses agricultores têm potencial para o melhor uso da
água", acrescentou Bianchini, apontando os agricultores urbanos e
periurbanos como fundamentais para a sustentabilidade das metrópoles e
dos núcleos urbanos.
Ele lembrou que o MDA possui um conjunto de políticas públicas (linhas
de crédito, seguros e mecanismos de compras institucionais) que podem
permitir "um salto da agricultura urbana e periurbana e o
desenvolvimento de uma agricultura sustentável". Citou o potencial de
inclusão socioprodutiva gerado pelo Plano Brasil Sem Miséria, que leva
Ater para os agricultores em situação de extrema pobreza e viabiliza a
produção para autoconsumo e para comercialização. "Vemos a possibilidade
de trazer os agricultores dos núcleos urbanos e periurbanos para as
políticas públicas", disse Valter Bianchini.
Participaram do painel Fernando Fernandes, da Universidade Estadual do
Maringá (PR); Edson Guiduccí, da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa); e a representante do FNDE/MEC, Najila Sampaio.
Agricultura urbana
A chamada agricultura urbana e nas proximidades das cidades é praticada
em mais de 600 locais em todo o Brasil. São comunidades, grupos ou
indivíduos que produzem, principalmente hortaliças, para o consumo
próprio e para comercialização – vendas em feiras e mercados.
O último levantamento sobre o assunto foi realizado em 2007 e o ministério tem previsão de fazer um novo estudo em 2013.
fonte do blog de paulo jose
Nenhum comentário:
Postar um comentário