“A caminhada traz para as ruas as bandeiras de luta do povo. Uma forma de expressar para a comunidade que nos acolhe, que estamos aqui fazendo esse debate em torno da convivência com o Semiárido. A caminhada dá visibilidade ao que vamos discutir todos esses dias, que é a história da resistência, o direito dos povos ao seu território”, afirma a coordenadora executiva da ASA pelo Estado do Ceará e representante do Centro de Estudo do Trabalho e de Assessoria ao Trabalhador (Cetra), Cristina Nascimento. O Enconasa é, por excelência, esse espaço de encontros, reencontros e debates políticos que há 12 anos movimentam o Semiárido brasileiro reunindo agricultores, agricultoras, movimentos e organizações sociais de 10 estados, que formulam e propõem políticas públicas na busca de propiciar o desenvolvimento sustentável para a região. Cada encontro é diferente, têm especificidades, detalhes, características próprias. As Cirandas dos Estados - Um, dois, três dias de viagem. A tradução disso deveria ser cansaço e desânimo, mas não foi isso que se viu no cortejo de abertura do VIII Enconasa. As delegações dos 10 estados que compõem o Semiárido estavam lá com seus gritos de ordem, suas músicas características e suas simbologias, formando uma grande ciranda de corpos, corações e mentes. O povo Xacriabá, que ajudou a construir o Semiárido mineiro, dançou o toré em homenagem em respeito às tradições indígenas, evocando, dessa forma, a sua proteção ao encontro. Além de pautar o momento inicial do EnconASA e a afirmação da luta do povo do semiárido, a caminhada se configura também como um espaço de reivindicação de direitos às políticas públicas favoráveis à região. “Aqui a gente manifesta satisfação e insatisfação e agradece os benefícios já conquistados, como a água para beber e produzir”, diz o agricultor Agamenon Nascimento, do Assentamento Nova Esperança, no município de olho D’Água do Casado. “A caminhada não só marca a abertura do encontro da ASA, mas, também, trás um conjunto de história e expressões que tem contribuído para uma outra convivência com a região. Olhar para a caminhada e ver agricultores e agricultoras, indígenas e quilombolas, ver a expressão do semiárido, significa para nós, enquanto ASA, a afirmação dessa luta pela efetivação dos direitos nessa região”, conclui a coordenadora executiva da ASA Pernambuco, Neilda Pereira. |
Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Angicos - RN
terça-feira, 20 de novembro de 2012
Caminhada reafirma luta pela convivência com o Semiárido Monyse Ravenna e Rosa Nascimento - Comunicadoras populares da ASA
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