Que saudade matadeira
Eu tenho do meu sertão,
Do balanço de uma rede
Do gado em apartação,
Do canto lindo e festeiro
Do pássaro corrupião.
Que saudade matadeira
Eu tenho do meu sertão,
Do café fresco e torrado
Bem pilado no pilão,
Das festas de farinhadas
Do barulho do enxadão.
Que saudade matadeira
Eu tenho do meu sertão,
Do arado e da enxada,
Do matreiro gavião,
Dos rios em enxurradas
E do aboio do peão.
Que saudade matadeira
Eu tenho do meu sertão,
De uma ordenha bem feita
E de um banho com sabão,
Das matutinhas faceiras,
Das fogueiras em são João
Que saudade matadeira
Eu tenho do meu sertão,
Do algodão bem alvinho
Desfiado com as mãos
Depois feito um pavio
Pra se pôr no lampião;
Que saudade matadeira
Eu tenho do meu sertão;
Vocês aqui da cidade
Me desculpe a rimação;
Mas estou pegando a reta
De volta pro meu sertão.
Vantuilo Gonçalves
fonte do blog de jatão vaqueiro
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