quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Rebanho “cresce” após seca e Governo suspeita de fraude

A Secretaria Estadual da Agricultura, da Pecuária e da Pesca do Rio Grande do Norte (Sape/RN) está na etapa final da recontagem do rebanho bovino do Estado. O mecanismo utilizado é a análise da quantidade de vacinas vendidas para controle da aftosa. De acordo com informações do Instituto de Defesa Agropecuária do RN (Idiarn), os resultados da pesquisa, que devem ter os últimos dados cadastrados ainda nesta semana, mostram números surpreendentes até mesmo para o mais esperançoso dos analistas. A técnica do Idiarn Fabiana Lo Tierzo conta que dados preliminares atualizados contabilizam a venda de 970 mil unidades da vacina na região durante a última campanha de vacinação. “Com a soma dos dados dessa última semana, devemos chegar a pouco mais de 1 milhão de cabeças de gado no RN”, afirma.

O curioso é que essa projeção parece irreal mesmo sem contar os efeitos da seca que castigou o Nordeste na primeira metade desse ano. O titular da Sape, Júnior Teixeira, afirma que os resultados geraram uma desconfiança de que produtores rurais estariam comprando vacinas apenas para ter direito a se cadastrar no programa de distribuição de milho subsidiado da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que é vinculado à aquisição do soro . “Com os resultados que saem até sexta-feira, poderemos iniciar as investigações para comprovar quem realmente fez a vacinação e quem está fraudando o processo de compra de milho com incentivo do Governo Federal. Esse trabalho vai detectar se houve algum erro nos cadastros, só então teremos a real dimensão de quantas cabeças de gado o RN possui. Diante de todos os problemas causados pela seca que castigou nosso Estado no primeiro semestre, era de se esperar que houvesse uma diminuição drástica no rebanho, mas o número de vacinas vendidas cresceu. Não há explicação plausível para essa ocorrência, vamos averiguar se houve falha na contagem ou fraude por parte dos criadores”, salienta o secretário.
Informações extra-oficiais dão conta de que determinadas regiões do Estado, notadamente o Oeste, apresentaram perdas de mais da metade do rebanho, de acordo com profissionais do ramo de medicina veterinária que atuam no interior e acompanham de perto a realidade do setor.
Fabiana Lo Tierzo detalha que as ações serão feitas através de visitas presenciais às fazendas, realizadas por equipes regionais do Idiarn. “Este trabalho de contagem é contínuo, na verdade, mas como surgiram fatos que despertaram a atenção das autoridades, será feita uma análise mais criteriosa para apurar a situação; devemos constatar in loco a situação do rebanho no Estado. Esse trabalho deve durar, em média, dois meses”, pondera.
O Idiarn aproveita para alertar os criadores inadimplentes que, por conta do vencimento no prazo regular, a situação deles só pode ser regularizada junto aos escritórios da entidade.
FONTE DO SITE DO JORNAL DE HOJE

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