sábado, 10 de agosto de 2013

MDA previne agricultores sobre aparição da lagarta Helicoverpa em plantações


MDA previne agricultores sobre aparição da lagarta Helicoverpa em plantações

Foto: Ivan Lins/Embrapa

Agricultores familiares de todas as partes do Brasil devem ficar atentos a uma praga que pode prejudicar as lavouras. Devido a práticas inadequadas de cultivo, associadas à utilização excessiva de agrotóxicos e plantas transgênicas Bt, cresceu a incidência da lagarta do tipo Helicoverpa armigera. Essa lagarta tem uma estrutura complexa com alta capacidade de adaptação e pode atacar lavouras e plantas nativas em diversas regiões do País.
A ocorrência da Helicoverpa, principalmente na região do Cerrado brasileiro, foi observada a partir de fevereiro do ano passado. Foram registrados sérios prejuízos econômicos em lavouras de algodão no oeste baiano e outras culturas e regiões também foram atingidas. Segundo o coordenador-geral de Gestão de Riscos e Seguro Rural da Secretaria de Agricultura Familiar, do Ministério do desenvolvimento Agrário (SAF/MDA), José Carlos Zukowski, o maior problema ocorre em áreas de monocultivo extensivo – vastas extensões com o mesmo tipo de planta.
“Nos locais onde avança a grande monocultura e o uso intensivo de agrotóxico, não há condições adequadas para desenvolver os predadores que combatem essa lagarta, o que seria uma forma de controle biológico natural. Onde há intercalação de culturas diferentes, lavouras não transgênicas sem a toxina Bt e áreas de vegetação nativa, acaba havendo espaço para o predador se desenvolver, o que é importante para combater a praga”, explica.
O tipo de ataque dessa lagarta é semelhante ao das demais – elas se alimentam das plantas.  A diferença é que a Helicoverpa come de tudo e come muito, além de ter alto potencial reprodutivo, multiplicando-se rapidamente. Dessa forma, o ataque se torna mais intenso.
Orientações
Ainda não há registro de grandes ataques dessa lagarta a agricultores familiares. Mas Zukowski destaca que os produtores devem estar atentos, principalmente aqueles que têm lavouras perto de grandes monoculturas, com uso de agrotóxicos e transgênicos.
O coordenador-geral de Fomento do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural do MDA, Everton Ferreira, ensina algumas práticas em caso de ataque. “A primeira orientação é procurar o escritório de Ater local. O agricultor deve sempre buscar orientação técnica, fazer a amostragem e descobrir a intensidade do problema”, instrui.
Outra orientação é o planejamento da área de cultivo, prestando atenção em alguns aspectos, como a época de semeadura, o controle biológico e áreas de refúgio (para quem usa plantas transgênicas com toxinas Bt, a área de refúgio pode ser uma lavoura próxima com planta da mesma espécie ou similar, sem a toxina Bt e sem aplicação do agrotóxico correspondente).
Como ainda não há ocorrências expressivas da Helicoverpa em propriedades familiares, Everton explica que esse trabalho é preventivo. É aqui que entra o monitoramento contínuo de pragas, um dos itens de combate à praga. Mas, caso o agricultor seja atingido, Everton lembra que o MDA tem parcerias e convênios com entidades de assistência técnica que podem ajudar e enfrentar o problema. “Se o agricultor não encontrar o escritório ou um técnico em seu município, pode procurar no município mais próximo. O serviço é gratuito”, reforça.
Controle biológico
Zukowski alerta os agricultores familiares sobre o uso de venenos no controle à lagarta Helicoverpa armigera. O produtor deve procurar, antes de tudo, a orientação de um técnico de Ater, pois, dependendo do grau de infestação e demais condições da lavoura é possível fazer o controle biológico.
Essa lagarta tem facilidade de adquirir resistência aos agrotóxicos. “Simplesmente aplicar esses produtos tende a gerar maior resistência. Pode até haver um efeito de combate no início, mas depois o resultado se torna ineficaz. Então, é preciso usar técnicas de manejo integrado para combater essa praga”, resume.  É recomendável buscar uma ação articulada na comunidade, porque a ação isolada de um agricultor pode não ser suficiente.
Em último caso, dependendo do alastramento da lagarta, Everton Ferreira reconhece que o uso do agrotóxico pode ser feito. “Se o problema surge com certa intensidade, então é necessário o uso do veneno. Mas é necessária uma análise. Depende da intensidade e da proximidade a essas áreas com grandes monoculturas”, observa.
Para obter mais informações e saber como combater a lagarta Helicoverpa armigera, procure o escritório de Ater mais próximo e acesse esse documento, com as ações emergenciais de manejo integrado.
Serviço
Manual de ações emergenciais propostas pela Embrapa para o manejo integrado de Helicoverpa spp. em áreas agrícolas – baixar aqui.

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