O seminário “Pobreza Rural, Desenvolvimento e Políticas Públicas: desafios e alternativas” teve início na noite desta terça-feira (23), com a participação de Manuel Otero, representante no Brasil do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), e de Joaquim Soriano, diretor do Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural do Ministério de Desenvolvimento Agrário (NEAD/MDA).
A abertura foi marcada pela discussão da importância de se produzir estudos aprofundados que forneçam subsídios à criação de políticas públicas adequadas ao enfrentamento da pobreza rural no país.
Manuel Otero destacou a necessidade de instituições e governos apoiarem a agricultura familiar e atuarem no combate às causas da pobreza no campo, considerando que 60% da população rural na América Latina, ou seja, 80 milhões de pessoas, são pobres. Destes, o número de habitantes em situação de extrema pobreza chega a 48 milhões. O representante do IICA no Brasil lembrou que o cenário está mais favorável, no país, com o surgimento de políticas públicas mais descentralizadas, articuladas e participativas. “O esforço do projeto ‘A nova cara da pobreza rural no Brasil’, desenvolvido a partir de março de 2010, tem sido reconhecido em países do Mercosul e esperamos que este seminário contribua para uma agenda política para o Brasil sem Miséria”, enfatizou.
O diretor do NEAD, Joaquim Soriano, esclareceu que, com o intuito de produzir informações abrangentes e compreender melhor as mudanças ocorridas no meio rural nos últimos anos, o projeto “A nova cara da pobreza rural no Brasil” reuniu pesquisadores de várias partes do país. “Essa contribuição intelectual é fundamental para pensarmos a pobreza nas suas várias dimensões e para que possamos criar políticas que tenham uma perspectiva de acesso à terra, inclusão produtiva, e que permitam que as pessoas vivam bem no campo”.
Palestra Magna
Para expor a conclusão de pouco mais de um ano de estudos, um dos coordenadores do projeto, Claudio Dedecca, ministrou a palestra “Democracia, Cidadania e Pobreza Rural”, que abordou a relação desses temas com o papel das políticas públicas. O professor do Instituto de Economia da Unicamp fez um apanhado histórico e lembrou que o tema da pobreza passa a ocupar papel central na agenda republicana do país pela primeira vez, desde que começa a ser abordado, há cerca de 15 anos. “Quando a economia estabilizou começamos a pensar na pobreza e agora o tema passa a ganhar cada vez mais espaço”, argumentou.
Para expor a conclusão de pouco mais de um ano de estudos, um dos coordenadores do projeto, Claudio Dedecca, ministrou a palestra “Democracia, Cidadania e Pobreza Rural”, que abordou a relação desses temas com o papel das políticas públicas. O professor do Instituto de Economia da Unicamp fez um apanhado histórico e lembrou que o tema da pobreza passa a ocupar papel central na agenda republicana do país pela primeira vez, desde que começa a ser abordado, há cerca de 15 anos. “Quando a economia estabilizou começamos a pensar na pobreza e agora o tema passa a ganhar cada vez mais espaço”, argumentou.
Dedecca considera, ainda, que gestores e pesquisadores passam por um processo de aprendizagem. “É preciso compreender o tamanho do desafio e que o problema da pobreza não será resolvido em poucos anos. Em outros países da América Latina, por exemplo, não há instrumentos e instituições de combate à pobreza. O quadro institucional do Brasil é bom e temos avançado”, afirmou. O pesquisador destacou a importância de identificar os determinantes que o país carregou, do ponto de vista social e econômico, para que sejam traçados os objetivos, revendo recursos, ampliando a cobertura e a qualidade das políticas, além de melhorar sua articulação.
O seminário acontece até amanhã (25), no St. Peter Hotel, em Brasília (DF). Neste último dia, no Painel 4, Carlos Mário Guedes de Guedes, secretário executivo adjunto do MDA, fará uma exposição sobre o programa Brasil sem Miséria. A síntese do encontro será feita por Tânia Bacelar, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
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