quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Políticas do MDA são apresentadas em seminário Internacional da Juventude Rural

De terça (29) até quinta-feira (31), jovens rurais do Brasil, Chile, Paraguai, Uruguai, Bolívia, Argentina, Nicarágua e Peru vão estar reunidos em Brasília, no Seminário Internacional da Juventude Rural pela Reforma Agrária e Crédito Fundiário. A iniciativa é promovida pela Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) em parceria com a secretaria de Reordenamento Agrário (SRA/MDA). 


Como parte da programação, foi realizada na tarde de hoje conferência sobre a conjuntura agrária internacional e a sucessão juvenil, na qual o secretário da SRA, Adhemar Almeida, apresentou um panorama da agricultura familiar brasileira e as políticas do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para a juventude rural. 

Em sua fala, Almeida trouxe elementos que vêm sendo utilizados pelo MDA para o enfrentando da realidade, com um modelo de desenvolvimento focado na superação da pobreza e das desigualdades no rural brasileiro. "Temos no Governo Federal, em especial no MDA, um conjunto de políticas públicas e ações voltadas para os jovens rurais. Temos o Pronacampo, o Pronaf Jovem e a linha de financiamento do Programa Nacional de Credito Fundiário (PNCF) - o Nossa Primeira Terra, que com juros reduzidos e condições específicas, permite ao jovem ter acesso à terra, contribuindo para a sucessão e o desenvolvimento desses jovens no campo” disse Almeida ao defender que apenas estimulando o protagonismo da juventude rural será possível manter os jovens no campo de maneira  sustentável. 

Também participaram da conferência especialistas sobre a temática proposta na América Latina, como o paraguaio Luis Caputo; o diretor da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura  (FAO) no Brasil,    Alan Bojanic;  e  os secretários da Contag,  Willian  Clementino  e Zenildo Pereira. 

Sucessão e desenvolvimento  na pauta de debate 

A jovem Argentina Evangelina Codoni ficou bem impressionada com o encontro. "Percebemos a grande preocupação com a formação desses jovens. Essa é uma experiência que nos interessa muito. Nos interessa conhecer também as políticas que vem sendo desenvolvidas em outros países da América Latina e analisar quais poderemos promover em nosso país", completou a jovem. 

De acordo com Luiz Caputo, há um importante aumento da população jovem rural na América Latina. Ele considera o fato um "bônus" demográfico, pois significa oportunidade de sucessão e de crescimento da agricultura familiar. Entretanto, Caputo salientou que é preciso pensar novos modelos de desenvolvimento que atendam as expectativas e demandas dos jovens rurais latinos. "Devemos combater o discurso de que o jovem rural não quer e não deve permanecer na terra. Se não houver políticas de apoio e desenvolvimento para eles, o "bônus" demográfico, deixa de ser oportunidade para tornar-se um grande problema”, alertou Caputo. 

O secretário de Política Agrária da Contag, Zenildo Pereira, reafirmou a importância da Reforma Agrária para que a juventude rural possa permanecer no campo com dignidade. Zenildo trouxe para o debate a questão da Governança Fundiária e da sucessão rural que, segundo ele, vai além da questão da hereditariedade. "A governança e a sucessão não tratam somente da propriedade, passam por um conjunto de instrumentos que visam o desenvolvimento e a satisfação dos jovens que estão no campo", comentou Pereira. 

Para o secretário de relações internacionais e vice-presidente da Contag, Willian Clementino, há uma grande incoerência na construção da agricultura familiar no Brasil. "Produzimos hoje 70% dos alimentos que vão diariamente para a mesa dos brasileiros, mas ocupamos somente 27% da área rural, enquanto o agronegócio ocupa 56% deste espaço. Entendemos na Contag, que só a força da juventude, com políticas públicas adequadas, pode mudar  essa realidade." 

"Nos da FAO, entendemos que das mãos da juventude rural sairão os alimentos que vamos consumir num futuro próximo. Por isso, é importante empoderar os jovens, dando a eles políticas adequadas", comentou  Alan Bojanic, diretor da FAO no Brasil. 

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