A construção participativa do Plano Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (PNDRSS) foi iniciada, nesta terça-feira (15/10), com debates nas comissões temáticas da 2ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (CNDRSS).
Quatro temas compõem o primeiro eixo da Conferência, que trata do Desenvolvimento Socioeconômico e Ambiental do Brasil Rural e Fortalecimento da Agricultura Familiar e Agroecologia. Sob a supervisão de coordenadores, 400 delegados discutiram 125 proposições relacionadas à Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), agroecologia, comercialização de produtos e preservação ambiental.
Um dos debates do eixo, sobre Assistência Técnica, foi destacado pelo indígena Robson Rikbakta, de Ijuína (MT), como o ponto mais importante da Conferência. “Nós precisamos de mais apoio e ensino por parte dos técnicos. Estamos aqui com a missão de tentar ampliar a assistência para os indígenas do Brasil, principalmente, em Mato Grosso”, afirmou.
A mesa de debate sobre agroecologia e sistemas agroflorestais teve como discussão principal a diminuição do uso de agrotóxicos no Brasil. “Esse tipo de veneno está matando muita gente e está se alastrando com muita facilidade. Você vai comprar algo para tratar a plantação e todo mundo quer te vender agrotóxico porque é mais cômodo e rentável. Isso vai acabar com a saúde da população”, atentou a agricultora familiar Janecláudia Viana, 24 anos, natural de Neópolis (SE).
As propostas sobre preservação ambiental também ganharam espaço na mesa temática. Paulo de Brito, de Orobó (PE), defendeu a recuperação da mata, que, segundo ele, é crucial para facilitar o acesso à água na região. “É necessário conscientizar as pessoas da importância de se preservar o meio ambiente. Temos uma área hídrica grande, água boa para consumo, mas que precisa da proteção das matas ciliares”, garantiu o agricultor.
Segundo a delegada Célia Lima, que também é a secretária de Agricultura de São Félix (BA), o desenvolvimento da agricultura familiar depende do acesso a mercados diferenciados. “Precisamos facilitar a venda dos produtos, ampliar os programas de compras governamentais. Essas discussões são primordiais para a melhoria da vida no campo. Antigamente não tínhamos isso”, destacou.
Mais de 1,5 mil pessoas de todo o Brasil, entre representantes do Governo Federal, da sociedade civil e convidados, se dividiram em 12 salas e discutiram as 388 propostas. Os grupos qualificaram as propostas para encaminhá-las aos debates de eixos temáticos, que serão realizados nesta quarta-feira (16/10).
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