sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Assessor do MDA dialoga com a ASA


A reunião aconteceu no Recife, no último dia 16
Fernanda Cruz e Daniel Lamir - ASAcom
Reunião com a ASA foi primeira agenda do assessor Jerônimo Rodrigues. | Foto: Arquivo ASAcom
A coordenação executiva da ASA recebeu, no dia 16 de outubro, o assessor especial para Políticas do Semiárido do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Jerônimo Rodrigues, para discutir propostas específicas para a região semiárida do país. Essa foi a primeira agenda do assessor, que chega ao MDA com a missão de formatar um documento que elenque todas as ações possíveis de serem trabalhadas dentro do Ministério e de estabelecer um diálogo com a sociedade civil e com outros ministérios que atuem no mesmo contexto. A ASA aproveitou o momento para reafirmar a importância de efetivar uma assistência técnica com especial atenção a realidade do Semiárido, bem como a manutenção, resgate e fortalecimento da produção das sementes crioulas. A Articulação também se comprometeu a sistematizar as propostas e manter o diálogo com o MDA, de modo que estas possam ser incorporadas ao Plano que será apresentado à presidenta Dilma Rousseff até meados de novembro, para que o recurso necessário para implantação destas ações seja previsto ainda no orçamento do próximo ano.
Asacom - Qual a estratégia do MDA para o Semiárido?

Jerônimo - Visualizando a importância que o Ministério e o governo federal estão dando ao Semiárido, a intenção é formatar um documento para uma política que oriente as ações governamentais para os desafios existentes na região e também a atuação diante das possibilidades existentes. Esta atuação envolve os instrumentos de crédito, de assistência técnica, de organização da produção, de comercialização e de infraestrutura. Então essa é a ação para dentro do MDA. Inicialmente temos que saber quais são as ações que o MDA tem a aportar, a fortalecer ou qualificar nas políticas públicas para esta região tão importante para a gente.


Asacom - Neste contexto, qual a importância desse diálogo com a ASA?

Jerônimo - A ASA tem uma capilaridade muito grande. A ASA consegue chegar à ponta de cada estado, de cada território, de cada município, e até de cada comunidade, eu diria assim. Então a capilaridade é importante. A ASA também possui referência política e de respeito. A ASA fala com toda segurança, propriedade e legitimidade dessa região [semiárida] para todas as organizações, no diálogo com os poderes públicos municipais, câmaras de vereadores, governos estaduais, federal, e até numa instância internacional.  Mas tem também a experiência do que a ASA vem fazendo tanto na gestão dos recursos públicos, que estão sendo bem acompanhados e utilizados e com prestação de contas, como na efetividade da política. Podemos dizer que a ASA tem ações concretas no sentido de ir além da água para o consumo humano. É água para produção, preocupação com o acesso à terra, agroecologia, juventude. Então a ASA atua no Semiárido como o Semiárido é. Não é só a questão da água, mas um conjunto de elementos. Por isso a necessidade do diálogo permanente e respeitoso que temos e teremos com a ASA.


Asacom - Quais as perspectivas para o Semiárido brasileiro?

Jerônimo - Primeiro quero dizer que a iniciativa do ministro Pepe Vargas é a do diálogo. Aperfeiçoar os instrumentos com o diálogo, seja com a sociedade civil, seja num pacto federativo, com os governos estaduais, com os municípios. Nós temos a experiência com [o Projeto] Dom Hélder Câmara que aponta aspectos interessantes para nosso trabalho. Agora a perspectiva inicial que a presidente Dilma [Rousseff] e o ministro Pepe Vargas estão estabelecendo é a da erradicação da pobreza no Brasil e, em especial, no Semiárido. Para isso nós temos que aportar um esforço do tamanho que é preciso fazer para que as políticas sejam de fato concretizadas na ponta. Então o combate à pobreza extrema é o primeiro passo a ser dado. O segundo momento é de conseguirmos visualizar com bastante atenção o potencial que o Semiárido tem no sentindo da produção de alimentos e na produção de energia. Com a riqueza e a capacidade que o Semiárido tem de armazenar, seja armazenar água, armazenar alimentos e, como vem sendo sempre fazendo, armazenar capacidades no sentido da melhoria da educação, da saúde, a nossa perspectiva é de que o Semiárido possa ocupar o espaço que de fato cabe a ele pelo tamanho que ele tem e pela importância significativa social, cultural, política e econômica para o desenvolvimento do Brasil com sustentabilidade.    

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