Emparn desenvolverá trabalho com cactácea nativa da caatinga
A empresária do município Kaline Cristine de Castro Felipe, de Angicos, teve a ideia de usar uma fruta proveniente da palmatória “Opuntia palmadora” conhecida na região por “pelo” – uma espécie de cacto nativo – como matéria-prima para a produção de sorvetes. Sua fábrica é uma das novas incubadas pela Incubadora Tecnológica e Multissetorial do Sertão.
De sabor azedo, a fruta possui uma polpa carnuda que também pode ser utilizada na produção de geleias, mouses e recheios em caldas. O quilo chega a custar dez reais. O preço alto é devido à dificuldade no beneficiamento. O fruto deve ser manipulado com cuidado uma vez que a sua casca possui muitos pontinhos cheios de minúsculos espinhos, os “pelos”, que penetram na pele. Para retirá-los se faz necessário o uso de uma pinça. Em toda a região Nordeste, a planta é utilizada como alimentação para os animais no período de seca. Em alguns estados, essa fruta é conhecida como figo da índia.
Como a exploração desta planta ainda acontece de forma extrativista, a EMPARN está se preparando para iniciar pesquisas de campo com o objetivo de otimizar a produtividade desta planta através de práticas de manejo de campo com foco na sustentabilidade ambiental.
NOTA DO BLOG:
O município de Angicos-RN, já foi um dos maiores produtores do fruto da palmatória, o famoso pelo. Era comum na época que o trem trafegava por Angicos, pessoas vendendo o prato de pelo aos passageiros. O angicano mais famoso, Aluizio Alves, quando visitava Angicos, alguns moradores de seu tempo, traziam pratos e mais pratos de pelos para o saudoso AA, levar para sua casa. Por muito tempo, Angicos era conhecida como a terra do pelo. Tudo isso com a coordenação da minha querida e saudosa angicana Zélia Alves, a quem Angicos deve muito.
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