segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Expropriando a agricultura.

Uma série de iniciativas expropriadoras no Nordeste está transtornando o mundo dos pequenos agricultores 
Roberto Malvezzi (Gogó)  
Por Roberto Malvezzi (Gogó)  
Uma série de iniciativas expropriadoras no Nordeste está transtornando o mundo dos pequenos agricultores. O pior do fato é que elas vêm pelas mãos de órgãos governamentais, contrariando o discurso oficial de apoio a essa população que vive na terra.        
Um dos casos em questão acontece no projeto Jaíba, na região do Vale do São Francisco, em Minas Gerais. Aquele que foi criado para ser o maior projeto contínuo de irrigação da América Latina, hoje vegeta quase morrendo. Os 100 mil hectares preparados para serem algo fantástico, não passam de um ralo do dinheiro público maior que o próprio rio São Francisco. Mas ali foram assentadas algumas famílias de agricultores, correndo hoje o risco de serem removidas de seus lugares pelas mãos da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf).        
O mesmo acontece perto à foz do São Francisco, na região sergipana de Neópolis. Ali, na década de 1970, quase um milhar de famílias receberam lotes da Codevasf como compensação pelas perdas ocasionadas rio acima pelas barragens. Agora, os rizicultores estão tendo seus lotes leiloados por conta de dívidas que jamais conseguiram pagar, particularmente aquelas contraídas junto ao Banco do Nordeste.        
Finalmente, na região do Apodi, Rio Grande do Norte, o Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Denocs), encaminha a expropriação de dezenas de famílias de agricultores familiares que estão há décadas no lugar, com suas vidas e propriedades bem estruturadas, produzindo alimentos que abastecem toda a região. Pois bem, uma iniciativa de políticos potiguares, aliados de Dilma, está conseguindo impor a desapropriação dessas famílias para implantar em seu lugar a agricultura empresarial irrigada, com finalidade de exportação.        
Essa é a reforma agrária que acontece no Nordeste, isto é, onde houver sol, água e solos aptos, o agro e hidro negócios vão expropriar os agricultores familiares para implantar a agricultura empresarial de exportação.       
Todos esses atos vem pelas mãos de organismos subordinados ao governo federal.

Por que desapropriações de terras estão paradas para fins de reforma agrária?


Da Página do MST
O governo Dilma é o que menos desapropriou imóveis rurais para fazer reforma agrária nos últimos 20 anos.
Reportagem da Folha de S. Paulo, publicada neste domingo, revela que na primeira metade do mandato, 86 unidades foram destinadas a assentamentos.

O número supera só o de Fernando Collor (1990-92), que desapropriou 28 imóveis em 30 meses, comparando ao mesmo período das administrações anteriores desde o governo Sarney (1985-90).
"O governo Dilma é refém dessa aliança com o agronegocio, que é o latifundio modernizado, que se aliou com as empresas transancionais. O governo está iludido pela proteção que a grande midia dá a essa aliança e com os saldos na balança comercial. Mas esquece que esse modelo é concentrador de terra e de renda, desemprega muita gente, desmata o meio ambiente, sobrevive usando cada vez mais venenos agrícolas, que vão se transformar em câncer", disse Alexandre Conceição, da coordenação nacional do MST, em entrevista à Folha.
"O governo Lula e Dilma não são governos do PT nem de esquerda. São governos de uma frente politica de classes que reúne um amplo leque de classes sociais brasileiras. Desde a grande burguesia, o agronegócio, a classe média, a classe trabalhadora, os camponeses e os mais pobres. Essa natureza de composição dá estabilidade política ao governo e amplas margens de apoio na opinião pública, mas impede reformas estruturais, que afetariam os interesses das classes privilegiadas", analisa Alexandre.
 
 fonte do blog de noticias do campo 

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