quinta-feira, 4 de abril de 2013

Em 2013, ação da ASA chegará para mais de 48 mil famílias no Semiárido



Gleiceani Nogueira - Asacom

Quintal produtivo desenvolvido com água armazenada na cisterna-calçadão, uma das tecnologias implementadas pela ASA | Foto: Arquivo Asacom

A Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) inicia neste mês a execução dos dois novos termos de parceria assinados com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Com investimento de R$ 177 milhões, as ações atenderão 48.225 famílias atingidas pela estiagem, através de infraestruturas de captação e armazenamento da água da chuva para consumo humano e produção de alimentos.

“Esse termo tem elementos que são emergenciais, ou seja, quanto mais rápido você conseguir construir reservatórios para captação de água de chuva para as famílias, maior a capacidade delas de acumular água, mesmo que não chova, porque elas podem conseguir outras formas de acumular água. E também é importante porque essa é uma ação estruturadora, ou seja, você vai ampliando a capacidade das famílias de captar e armazenar uma maior quantidade de água”, afirma Antônio Gomes Barbosa, coordenador do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) da ASA.

De acordo com Barbosa, a perspectiva é que as implementações também possam  garantir às famílias a reorganização dos seus sistemas de produção, que foram atingidos pela estiagem. “A cada período de seca você tem o que se chama de desestruturação das economias locais, ou seja, as famílias perdem sua lógica de produção tanto no plantio como na criação de animais e uma ação como essa, de certa forma, permite que a família consiga reorganizar sua economia local. Se ela tem água significa que ela tem maior capacidade de plantar, de criar, então, os programas têm essa perspectiva”, explica Barbosa.

De acordo com o último boletim do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a previsão de chuvas para os próximos três meses no Semiárido é de 40% abaixo da média, que varia de 200 a 800 mm. Mesmo assim, de acordo com Barbosa, o pouco que chover poderá encher muitos reservatórios, daí a importância das famílias receberem sua cisterna ou outra tecnologia o quanto antes.

Nesta nova etapa, o P1+2 vai apoiar a estruturação de 50 casas de sementes | Foto: Paulo Lopes/Arquivo Asacom

Através do P1+2 serão implementadas 9.715 tecnologias de captação de água para produção de alimentos, dividas em sete tipos: cisterna-calçadão, cisterna-enxurrada, barreiro trincheira, barragem subterrânea, barraginha, tanque de pedra e bomba d’água popular. Além disso, o P1+2 vai apoiar a estruturação de 50 casas de sementes e 50 viveiros de mudas. Também serão realizados 250 intercâmbios entre agricultores e agricultoras e sistematizadas 350 experiências de convivência com o Semiárido. Já através do P1MC serão construídas 34.910 cisternas de placas de 16 mil litros, garantindo a uma média de 175 mil pessoas o acesso à água de qualidade para beber e cozinhar.
Quadro das tecnologias e número de famílias atendidas

Tecnologias
Quantidade
Famílias beneficiadas
P1MC
Cisternas de 16 mil litros
34.910
34.910




P1+2
Cisterna-calçadão
4.100
4.100
Cisterna-enxurrada
1.900
1.900
Barragem subterrânea
315
315
Barraginha
1.000
1.000
Barreiro trincheira
2.000
2.000
Tanque de pedra*
200
2.000
Bomba d’Água Popular (BAP)*
200
2.000



48.225

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